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Lei do Preço Único

O que é a Lei do Preço Único?

A Lei do Preço Único (LPU), conhecida em inglês como Law of One Price, afirma que o preço de um ativo ou commodity idêntico terá o mesmo preço globalmente, independentemente da localização, quando os benefícios futuros (como fluxo de caixa) forem iguais.

Esta lei leva em consideração um mercado sem atritos, onde não existem custos de transação, custos de transporte ou restrições legais, as taxas de câmbio são as mesmas e não há manipulação de preços por compradores ou vendedores.

A existência da Lei do Preço Único é justificada pela oportunidade de arbitragem: diferenças entre os preços dos ativos em diferentes locais seriam eventualmente eliminadas devido à possibilidade de comprar barato em um local e vender caro em outro.

Exemplo da aplicação da LPU

Para ilustrar a aplicação dessa lei, imagine um cenário em que um determinado ativo é vendido por R$ 10,00 no Brasil e R$ 20,00 na Argentina . Nesse caso, investidores poderiam comprar esse ativo no Brasil e vendê-lo imediatamente por R$ 20,00 na Argentina, garantindo um lucro de R$ 10,00 sem riscos reais ou grandes oscilações de mercado.

À medida que mais ativos desses ativos do Brasil são vendidos na Argentina, os preços em ambos os mercados convergiriam de acordo com as mudanças na lei de oferta e demanda, chegando-se a um equilíbrio no preço do ativo nos dois mercados conforme sugerido pela Lei do Preço Único.

Para que é usada a LPU?

Entender a Paridade de Preços entre Mercados: Na ausência de custos de transação e barreiras comerciais oficiais, bens idênticos terão apenas um preço quando os preços são expressos em uma moeda comum.

Base para a Paridade do Poder de Compra (PPC): A LPU é a base para o conceito de PPC, que é usado em macroeconomia para comparar a produtividade econômica e os padrões de vida entre países.

Identificar Oportunidades de Arbitragem: Se o mesmo produto tem preços diferentes em dois mercados distintos, existe uma oportunidade de arbitragem, onde se pode comprar o produto no mercado mais barato e vendê-lo no mais caro, obtendo lucro.

Orientar Decisões de Comércio e Investimento Internacional: Empresas e investidores podem usar a LPU para decidir onde comprar e vender bens ou onde investir, com base em diferenciais de preços existentes.

Previsão de Preços: Se a LPU se mantiver, os preços em mercados separados convergirão. Isso pode ser usado para prever preços em mercados específicos com base em movimentos de preços globais.

Avaliar a Eficiência do Mercado: Diferenciais de preço significativos e persistentes para bens idênticos em locais diferentes (após ajustar por fatores como custos de transporte, impostos e tarifas) podem indicar ineficiências de mercado.

Avaliar o Impacto das Políticas: Observando quão próximos os preços de bens específicos estão em relação à Lei do Preço Único, os formuladores de políticas podem avaliar a eficácia de políticas como tarifas, subsídios e controles cambiais.

A Lei do Preço Único Funciona no Mundo Real?

Muitas vezes as suposições integradas à Lei do Preço Único não se concretizam no mundo real, resultando em diferenças persistentes nos preços de muitos tipos de bens e ativos. Vários fatores podem causar essas discrepâncias:

Custos de Transporte: Em commodities ou qualquer bem físico, o custo de transporte pode influenciar o preço final.

Custos de Transação: Eles existem e podem variar entre diferentes mercados, levando a variações de preços.

Restrições Legais: Barreiras legais ao comércio, como tarifas ou restrições de imigração, podem causar diferenças de preços.

Estrutura de Mercado: O número de compradores e vendedores pode variar entre mercados, assim como a capacidade desses agentes em definir preços.

Sendo assim, apesar da Lei do Preço Único ser uma teoria fundamental no estudo da Economia, vários fatores no mundo real impedem sua aplicação no mundo real.

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